Título da exposição

Modelo de texto corrido: O Bijou Salão foi construído em 1908, projetado pelos arquitetos Carlos Ekman e Augusto Fried, ao lado do Bijou Teatro, que fora edificado em 1898/99, e inaugurado com o nome Eldorado Paulista e outros tantos que seguiram com os anos.

O Bijou Teatro era propriedade da Companhia Antarctica Paulista e foi arrendado pelos empresários Francisco Serrado e Antonio Gadotti, antigos exibidores cinematográficos ambulantes, e inaugurado em 16 de novembro de 1907, sendo o primeiro cinema a ter um endereço fixo na cidade. Durante quase cinco anos, o Bijou Teatro apresentou apenas filmes das mais variadas companhias, como Richebourg e Pathé entre outros, exibindo em média cinco filmes em cada uma das duas sessões diárias, uma vespertina e uma noturna.

O Bijou Salão se dedicou à apresentação de “filmes cantantes”, isto é, filmes mudos que eram dublados ao vivo por cantores atrás da tela. Parece ter havido portanto uma especialização de gêneros entre um e outro Bijou. Contudo, mesmo dedicado principalmente ao cinema, o Bijou Salão apresentou uns poucos espetáculos cênicos.

A primeira temporada teatral a ter lugar no teatro foi a Companhia de Operetas, Mágicas e Revistas do Teatro Chantecler do Rio de Janeiro, dirigida pelo maestro Costa Junior, que ficou no teatro nos meses de outubro e novembro de 1912. As peças apresentadas eram conhecidos sucessos do repertório do teatro musicado como: “Amor de Príncipe”, “Valsa de amor”, “A viúva alegre”, “A princesa dos dollars”, “A casta Suzana” e “O conde de Luxemburgo”. Um misterioso título, “Hotel da Barra Funda”, mostra que houve também encenação de autores locais.

Os espetáculos eram apresentados no sistema de “sessões”, a primeira às 19:30 e a segunda às 21h. Sabe-se que as apresentações “por sessões” já vinham se estabelecendo no Rio de Janeiro desde 1911: Segundo a pesquisadora Filomena Chiaradia, “Pode-se dizer que sua implantação em quase todas as companhias teatrais cariocas a partir de 1911, especialmente as que se dedicam ao teatro musicado, aproximam esses espetáculos do contexto embrionário da cultura de massa e da indústria cultural. (…) A própria rotina de ensaios e de três ou quatro sessões por noite, sem nenhum dia de folga, acaba por exigir desses artistas a invenção de uma espécie de caixinha de surpresas, especialmente para o espetáculo da última sessão. (…) O fato é que quando se aceleram demasiadamente os espetáculos ou se amplia o número das sessões, o próprio sistema se descaracteriza, gerando desnivelamento entre agilidade e qualidade artística, sacrificada em favor das necessidades comerciais (…)” (CHIARADIA, 2003)